Fecho os olhos e dou por mim a
analisar cada detalhe do teu olhar. Sim, esse teu olhar que tanto me mostra e
comove, e que eu, sem compreender, me perco nele. Perco-me no mistério que te envolve,
nas tuas dores do passado que ainda hoje te atormentam, na tua impaciência e frustração,
na tua bondade e entrega, em toda a tua plenitude e desejo.
És a verdadeira paixão na qual me
entreguei sem medos, sem receios. És o “pecado” que cometi e o cometeria vezes
e vezes sem conta e castigar-me-ia da pior forma mas nunca desistindo deste meu
vicio que é ligar-me a ti na eternidade daquele momento.
Tento arranjar forma para conseguir
interpretar o que sinto cada vez que penso no teu sorriso, na tua voz, no teu
toque, nos teus beijos, na suavidade da tua pele, na maneira como me envolves em
ti… mas tudo isto é um enigma. Continua a ser um enigma no qual me empenho a decifrá-lo
todas as noites relembrando sempre esse teu jeito brusco mas ao mesmo tempo
meigo de quem precisa de mais… de quem precisa de mais do que demostra e muito
mais do que dá.
Lembro-me de todas as coisas que
vivemos juntos, de tudo o que revelámos um ao outro e nunca esperei que
estivesse destinada a te dizer “adeus” assim tão cedo. Esperei mais de mim,
esperei mais de ti, esperei mais de nós. Esperei que tudo o que foi dito
conseguisse ganhar vida, ou que nós lhe conseguíssemos dar vida.
Simplesmente não quero largar a
tua mão. Simplesmente não te quero deixar ir.
Simplesmente não quero que vás e eu fique a pensar que tudo não passou
de um sonho. Simplesmente, não quero.
Poderá haver forma de ainda conseguir
consertar isso?
Poderá haver forma de te marcar de
alguma maneira?
Tenho esta necessidade. Tenho esta
necessidade de te dizer todos os dias o quanto sinto falta de tudo isto, do
quanto preciso de ti, não de uma forma especifica, não sempre da mesma maneira…
basta ter-te… comigo.
Preciso apenas de um momento contigo… em
que te possa olhar intensamente nos teus olhos e dizer para mim própria: “definitivamente,
ele faz parte de ti!”.